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Por muitas vezes eu esperei o “momento perfeito” para agir. Seja para iniciar um novo projeto, usar aquele perfume que há meses ainda está na embalagem, ou até mesmo fazer algo simples, como colocar uma roupa que eu guardei para uma ocasião especial. 

Mas o problema é que eu sempre espero esse tal momento perfeito, mas parece que ele nunca chega. A ideia de que existe uma hora exata para fazer as coisas, como se o universo fosse conspirar ao meu favor, é algo que sempre esteve comigo.

Eu já passei por isso inúmeras vezes. Sabe aqueles potes de cremes e perfumes que a gente ganha de presente? Então, eu já perdi a conta de quantos eu joguei fora, porque já tinham passado da validade. Eles ficaram lá, intactos, e eu continuei adiando, apenas esperando a ocasião perfeita para usá-los. 

As minhas roupas? A mesma coisa. Eu guardava para um “evento importante” que nunca chegava. E, o mais preocupante, eu percebi que estava deixando de fazer coisas simplesmente porque sentia que não estava “pronta” para elas ou que não estava no meu melhor estado físico e emocional. 

A verdade é que, enquanto eu esperava o tal momento perfeito, eu estava deixando de viver, de ficar cheirosa, de ficar bem-vestida.

A grande questão é: será que essa espera vem de um medo irracional de que, no futuro, eu não terei mais acesso a essas coisas? Como se, lá na frente, tudo o que tenho agora fosse desaparecer e eu precisasse guardar para algum dia.

Mas, para qual momento exatamente estou guardando as coisas? Qual é a real justificativa para esse adiamento constante? São perguntas às quais eu talvez não tenha uma resposta definitiva.

Se a gente parar para pensar, muitas vezes não faz sentido adiar a nossa felicidade ou prazer no presente, esperando por algo que simplesmente pode não acontecer.

A ideia de que o “futuro” vai ser melhor ou mais especial do que o agora é uma ilusão que nos impede de aproveitar o que temos agora. E isso estava me impedindo de viver o agora, sempre pensando no futuro.

Eu fico desse jeito quando lembro que esperei por tanto tempo pelo momento perfeito.

Pensando nisso tudo, eu percebi que estava presa a essa expectativa de que a minha versão futura será mais preparada, mais capaz ou mais feliz do que eu sou agora. Mas como eu poderia ter tanta certeza?

No fim, o que acontece é que, ao me privar de momentos agora, estou simplesmente acumulando frustrações, como se o agora fosse tão inferior ao meu futuro, que ele não merecesse ser vivido. Então, eu só deixava as coisas acontecerem, para que tudo passasse logo. 

É como se eu estivesse me privando de uma pequena felicidade no presente para que, talvez, no futuro, eu pudesse aproveitar. Mas será que isso vale a pena? Eu quero realmente fazer isso? Não faz sentido esperar a vida passar enquanto me convenço de que o “melhor” está por vir.

E o que eu tenho feito para sair disso? Bom, eu venho tentando me desprender dessa ideia de que existe uma hora certa para agir e agarrar ao “agora”. Mesmo que esse “agora” não seja exatamente aquilo que eu queria que fosse.

Eu tento me convencer de que a versão do futuro que eu tanto idealizo é, na verdade, a mesma de hoje – a de agora. E é preciso agir com o que temos, com o que somos, sem esperar que tudo se alinhe perfeitamente. Mas bem que podia, não é? 🙁

Enfim, se o momento perfeito não chegar, o que é que realmente estou esperando? No fim, é isso: quem sabe, no futuro, eu olhe para trás e perceba que o “agora” foi a melhor versão de todos os momentos? Isso já me aconteceu antes! 

Portanto, minha cara leitora, o que eu posso dizer para você é que o segredo é não deixar que o mito do momento perfeito nos prenda, porque não faz sentido viver a vida só esperando que um futuro imaginário chegue.

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