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*Abrir Google, pesquisar “como ser uma garota estilosa”. Clicar em The Girls Club*

Não sei você, mas eu nunca fui uma garota estilosa, ou tive um estilo definido. Mas essa sempre foi a minha vontade, desde a época da escola, quando eu fui bombardeada pelos programas de TV teens e pela era Tumblr

Você sabe bem do que eu estou falando, não é mesmo? Quem nunca quis fazer aquele coque frouxo e usar aqueles vestidinhos todos vibes *aquela garota*

Essa vontade ficou um pouco adormecida nos últimos anos, mas com a chegada dos 25 e poucos, eu decidi pôr em prática a busca pelo meu estilo e, finalmente, me tornar uma garota estilosa. Até porque, não dá para ser uma jovem cool e ainda usar blusa genérica do Mickey Mouse (isso é uma autocrítica).

Eu estou numa fase em que o desejo de mudar, de experimentar coisas novas, de sair da minha zona de conforto e, finalmente, me vestir como eu quero, está mais forte do que nunca. Meu cabelo, minhas roupas, acessórios… quero mudar tudo!

Então, porque não unir o útil ao agradável e escrever sobre isso, aqui no blog? Quem sabe essa minha saga se torne um post interessante para você, minha beloved leitora.

Esse processo de descobrir meu estilo, também está relacionado com descobrir quem eu sou, pois quem eu sou se traduz nas minhas roupas. Então, essa busca pelo meu estilo próprio não é só sobre moda e comprar roupas bonitinhas, mas também é sobre entender quem eu sou e como eu posso expressar isso através daquilo que estou vestindo. 

O post ficou mais filosófico e profundo, né? Estou tão surpresa quanto você, e sou eu quem estou escrevendo esse texto.

Mas, pera, quem sou eu? O que eu realmente gosto? Parece ser um questionamento besta, porque é estranho pensar que não sabemos do que gostamos de fato. Mas isso é real, uma vez que estamos sempre mudando e conhecendo coisas novas.

Logo, é normal ter crise de identidade uma vez ou outra na vida, porque a gente não permanece o mesmo, o tempo todo. Seria até estranho se você não tivesse mudado ao longo dos anos, mesmo que só um pouco.

Acho que eu me perdi um pouco no assunto, mas continua aqui que no final vai fazer sentido. *blink*

Como eu estava explicando, o nosso estilo reflete quem somos, pois se trata de uma via de mão dupla. Então, se você é uma pessoa mais extrovertida e que gosta de ser notada por todos, provavelmente as suas roupas serão mais chamativas, ou seja, o modo como você se veste vai refletir isso.

Do mesmo modo que, se você é uma pessoa mais introvertida e tímida, provavelmente não vai se sentir confortável usando roupas chamativas e que atraem olhares para você.

Podemos dizer, então, que nos vestimos de acordo com a nossa personalidade ou, quem sabe, de acordo com a personalidade que queremos ter. Mas, nesse último caso, não vai demorar muito até você largar mão de tentar ser algo que não condiz com aquilo que você é.

Veja bem, eu não estou afirmando que devemos nos conformar com algo e aceitar que somos uma coisa só e pronto, mas o que eu estou tentando dizer é que não vale a pena querer ser algo que nos deixa desconfortáveis. Mas você pode sim experimentar estilos até encontrar o seu.

Portanto, minha cara leitora, não é só sobre querer ser uma garota estilosa, é sobre se sentir bem e se reconhecer no que está usando, como se a roupa tivesse uma ligação profunda com a sua personalidade. Mas como encontrar essa conexão? Bom, primeiro é preciso olhar de dentro para fora. 

Antes de se jogar de cabeça nas compras, é preciso entender o que você realmente quer expressar e, claro, o que quer que as pessoas vejam de você. Porque, como vimos, a nossa roupa reflete a nossa personalidade.

Voltando a minha busca pelo meu estilo, eu me deparei com um ditado francês que me fez refletir sobre beleza e estilo.

Uma mulher não é verdadeiramente bela se não tiver um detalhe diferente nela”. E é isso que quero: um toque único, algo só meu, o famoso je ne sais quoi.

Mas como ser única sem ser uma cópia do que vejo por aí? Será que é possível ter um estilo próprio? Talvez, o pulo do gato seja, justamente, não se importar com isso.

Who cares what people think about me? O mais importante é ser fiel a mim mesma e ao que me faz sentir autêntica e, claro, estilosa.

Falando em ser autêntica, muita gente acha que existe algo original/pioneiro e que o resto é somente cópia. Porém, tudo provém de alguma coisa, nada é realmente original, uma vez que tudo surge de algo, seja direta ou indiretamente.

Acredito que cabe aqui usar a obra A Intertextualidade, de Tiphaine Samoyault (2008), para explicar que nada é totalmente original. Apesar de que ela utiliza como base o processo de escrita e intertexto, acho que a fala dela pode ser expandida para além do meio acadêmico e produção de texto.

Enfim, ela diz que a intertextualidade é compreendida como um sistema de textos múltiplos e que escrever, então, é um trabalho de reescrita que utiliza de textos existentes para contribuir numa criação híbrida que justapõe várias falas, contextos e vozes. 

Ou seja, utilizamos de várias fontes para criar algo e isso reflete no produto final, então tudo é composto por várias coisas que, ao final, gera algo novo. Deu para entender?

Eu falei mais sobre isso na minha iniciação científica sobre contos de fada, mas coube perfeitamente nesse contexto de autenticidade. Pois é, meninas, a pessoa que vos fala não é só uma I’m just a girl, mas também uma garota estudada e que, às vezes, fala algo inteligente.

Então, best, utilizar referências e se inspirar em pessoas que possuem o estilo que queremos ter não quer dizer que não somos autênticas, pois a junção de tudo que absorvemos por aí é o que nos faz sermos quem somos. A soma sempre dá um número único.

Bom, falando em influência, as minhas referências de estilo são: shoujo aesthetic, kawaii, a vibe curly girly dos anos 2000, comfystyle, downtown girl (vibes Gilmore Girls), emo soft e o rock alternativo. Uma mistura total!

Colagem de personagens de desenhos animados para o post de como ser uma garota estilosa.
Essas são algumas inspirações de roupas bonitinhas que salvei no meu Pinterest. I want to dress like this so bad!

A dúvida que fica na minha cabeça é: será que consigo mesclar tudo isso e, ao mesmo tempo, formar algo único? Será que vou conseguir construir algo que realmente reflita quem eu sou?

Ainda não sei as respostas para todas essas perguntas, mas a busca pela construção do meu próprio estilo está longe de concluir. Mas o que importa é que, no final, as minhas roupas vão ser apenas o reflexo da minha personalidade. E esse processo, por si só, já é uma das partes mais legais disso tudo. 

Esse post deu várias voltas, mas eu não poderia falar sobre como ser uma garota estilosa, sem passar por tudo isso.

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